A exposição coletiva Sentidos – aponta para muitos sentidos e várias direções. Sentidos que estão além do visual, no contato com o tátil, na sensação do vibrátil, na percepção de um sexto sentido. Sentido como aquilo que se percebe e se envolve com atenção, que amplia o sentido de acolhimento de singularidades, aguçando o pensamento a fim de libertá-lo do (pre)visto. Sentidos que são questionados, questionáveis e até desarticulados para, assim, dar atenção à pluralidade de tantos possíveis sentidos como a intuição, a sensorialidade, o sentimento e o nonsense. O sentido de ordem institucional, das relações de poder, mas também o sentido do diálogo, trocas e mobilidades. Para além de um único ponto de vista, o signo verbal da palavra sentido ao incorporar-se a mostra, tem o detalhe de ser plural e convida a todos a criarem camadas de sentidos que se adicionam aos trabalhos de Cadu, Isabel, Jac e Rubens. Assim, não há uma leitura em sentido único, mas várias leituras que se bifurcam, se deslocam e se multiplicam. E se há uma lógica dos sentidos, essa, portanto, só poderá ser paradoxal, restando-nos apenas ampliá-los. Ou, como diz Deleuze, em A Lógica do Sentido (1998: p.27): “Passar do outro lado do espelho [...] é chegar a uma dimensão em que a linguagem não tem mais relação com designados, mas somente com expressos, isto é, com o sentido”.
Exposição da turma de 2010 do mestrado em Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro na Escola de Artes Visuais do Parque Lage
21 de agosto a 03 de outubro de 2010
